Este livro de Teresa Avelar, Margarida Matos e Carla Rego, editado por Relógio D’Água em Lisboa (Maio de 2004) está organizado em quatro capítulos, cada um deles com subcapítulos. De referir que a capa apresenta, sobre fundo alaranjado, uma figura de Darwin e uma outra de um pequeno macaco. A relação com a primeira das figuras é óbvia, visto que é o autor d’A Origem das Espécies; a relação com a segunda figura advém de aquele macaco ter sido uma das espécies descobertas durante a viagem do Beagle.
As autoras começam por fazer uma breve introdução biográfica a Darwin e à publicação d’ A Origem das Espécie, assim como à viagem do Beagle, seguindo-se um state of art daquilo que se passava antes da publicação da mencionada obra, nomeadamente no que diz respeito à questão das espécies e à filosofia da ciência da época em Inglaterra. Inerente a este assunto, sucede-se uma dissertação a cerca da teoria da selecção natural, referindo as principais etapas do raciocínio de Darwin e a influência que a obra de Malthus teve para este último, sendo mencionadas as razões que levaram Darwin a atrasar a publicação do seu livro. Adiante, no terceiro capítulo, é relatada a resposta da comunidade científica à teoria darwinista, evidenciando-se o manifesto dos apoiantes, Huxley, Asa Gray, Haeckel ou Wallace, e simultaneamente o discordar de figuras como Owen, Mirvat ou Kelvin. No entanto, os próprios apoiantes de Darwin, não se encontravam totalmente de acordo com as suas ideias, e alguns, como Asa Gray, acreditavam num intuito divino. Por fim, a última parte desta obra denota a reacção da comunidade ciência à selecção natural após Darwin. Nesta altura ocorria uma disputa entre mendelistas e biometristas. Os primeiros estudavam variações descontínuas, mutações bruscas do material genético, demonstrando que qualquer teoria evolucionista deveria ser saltacionista. Já os biometristas, com as suas experiências, apoiavam as variações contínuas e defendiam que não se poderia ser simultaneamente darwinista e mendelista. Eventualmente verificou-se que ambos os lados seriam conciliáveis, e o conjunto dos novos argumentos genéticos vieram mais tarde a desencadear o aparecimento do Neodarwinismo.
Relativamente a esta obra literária há a reter que a teoria darwinista não foi prontamente aceite pela comunidade científica e que ainda hoje uma facção dela não a assimilou totalmente, apoiando-se essencialmente em argumentos religiosos ou tautológicos. Ou seja, ainda há quem tenha medo de Darwin.
O texto segue uma organização cronológica desde a fase pré-darwinista (fixista) até aos nossos dias, apresentando-se diversas notas numéricas a meio do texto que nos encaminham para pequenos textos que se encontram no final do livro. Esta organização permite-nos contextualizar o tema desde os seus primórdios e, pouco a pouco, ir acrescentando mentalmente as descobertas que se vão descrevendo, contribuindo de tal forma para uma melhor compreensão do texto/tema, assim como para a formação de uma consciência crítica em relação ao mesmo. Contudo, o facto de as notas estarem no fim do texto, e não no rodapé, obriga-nos a parar a leitura para ir ao fim do livro ver a nota. Além disso, muitas das notas aludiam apenas a referências bibliográficas, o que me parece despropositado, visto que o livro apresenta no final a sua própria bibliografia. Seria mais adequado, em minha opinião, apontar as notas numéricas que apenas se referissem a bibliografias para a própria bibliografia do livro.
Aconselharia este livro a todos aqueles que tenham algum fascínio pelo evolucionismo e pela história das ciências e que já tenham algum conhecimento de base sobre Selecção Natural. Isto porque o livro apresenta, de uma forma clara, e de uma perspectiva histórico-cultural, os acontecimentos que ocorreram desde antes de Darwin até praticamente à actualidade, assim como todas as implicações que advieram das novas descobertas no âmbito da evolução. Contudo, para quem não tem nenhuns conhecimentos sobre a biologia evolutiva, poderá ser um livro demasiado confuso.
As autoras começam por fazer uma breve introdução biográfica a Darwin e à publicação d’ A Origem das Espécie, assim como à viagem do Beagle, seguindo-se um state of art daquilo que se passava antes da publicação da mencionada obra, nomeadamente no que diz respeito à questão das espécies e à filosofia da ciência da época em Inglaterra. Inerente a este assunto, sucede-se uma dissertação a cerca da teoria da selecção natural, referindo as principais etapas do raciocínio de Darwin e a influência que a obra de Malthus teve para este último, sendo mencionadas as razões que levaram Darwin a atrasar a publicação do seu livro. Adiante, no terceiro capítulo, é relatada a resposta da comunidade científica à teoria darwinista, evidenciando-se o manifesto dos apoiantes, Huxley, Asa Gray, Haeckel ou Wallace, e simultaneamente o discordar de figuras como Owen, Mirvat ou Kelvin. No entanto, os próprios apoiantes de Darwin, não se encontravam totalmente de acordo com as suas ideias, e alguns, como Asa Gray, acreditavam num intuito divino. Por fim, a última parte desta obra denota a reacção da comunidade ciência à selecção natural após Darwin. Nesta altura ocorria uma disputa entre mendelistas e biometristas. Os primeiros estudavam variações descontínuas, mutações bruscas do material genético, demonstrando que qualquer teoria evolucionista deveria ser saltacionista. Já os biometristas, com as suas experiências, apoiavam as variações contínuas e defendiam que não se poderia ser simultaneamente darwinista e mendelista. Eventualmente verificou-se que ambos os lados seriam conciliáveis, e o conjunto dos novos argumentos genéticos vieram mais tarde a desencadear o aparecimento do Neodarwinismo.
Relativamente a esta obra literária há a reter que a teoria darwinista não foi prontamente aceite pela comunidade científica e que ainda hoje uma facção dela não a assimilou totalmente, apoiando-se essencialmente em argumentos religiosos ou tautológicos. Ou seja, ainda há quem tenha medo de Darwin.
O texto segue uma organização cronológica desde a fase pré-darwinista (fixista) até aos nossos dias, apresentando-se diversas notas numéricas a meio do texto que nos encaminham para pequenos textos que se encontram no final do livro. Esta organização permite-nos contextualizar o tema desde os seus primórdios e, pouco a pouco, ir acrescentando mentalmente as descobertas que se vão descrevendo, contribuindo de tal forma para uma melhor compreensão do texto/tema, assim como para a formação de uma consciência crítica em relação ao mesmo. Contudo, o facto de as notas estarem no fim do texto, e não no rodapé, obriga-nos a parar a leitura para ir ao fim do livro ver a nota. Além disso, muitas das notas aludiam apenas a referências bibliográficas, o que me parece despropositado, visto que o livro apresenta no final a sua própria bibliografia. Seria mais adequado, em minha opinião, apontar as notas numéricas que apenas se referissem a bibliografias para a própria bibliografia do livro.
Aconselharia este livro a todos aqueles que tenham algum fascínio pelo evolucionismo e pela história das ciências e que já tenham algum conhecimento de base sobre Selecção Natural. Isto porque o livro apresenta, de uma forma clara, e de uma perspectiva histórico-cultural, os acontecimentos que ocorreram desde antes de Darwin até praticamente à actualidade, assim como todas as implicações que advieram das novas descobertas no âmbito da evolução. Contudo, para quem não tem nenhuns conhecimentos sobre a biologia evolutiva, poderá ser um livro demasiado confuso.
2 comentários:
Está Bom.
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