sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Last...

Caros leitores,

chegou ao fim a minha Unidade Curricular de Biologia Evolutiva, e com ela o fim também dos meus posts neste blog... Devo dizer-vos que o objectivo de conseguir 20 valores com este trabalho ficou a apenas 2 da nota obtida, pelo que agradeço a todos aqueles que comentaram e que comigo discutiram temas aqui colocados. Gostaria ainda de frisar que os trabalhos aqui efectuados são fruto de pesquisa e reflexões próprios, pelo que não estarão isentos de erros.

Caso desejem colocar alguma questão sintam-se à vontade para o fazer para o meu endereço de e-mail disponibilizado.


Um até sempre...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Selecção sexual humana. Será que ainda actua?!

Dum ponto de vista evolutivo, podemos definir a selecção sexual como o mecanismo de selecção natural pelo qual a fêmea de uma espécie escolhe, durante o acasalamento, um macho (ou vice-versa) com determinadas características.

Corporalmente, a fêmea humana escolhe o macho para acasalar seguindo determinadas características, que por efeito de acção-reacção se desenvolveram no macho. São exemplo disso:
O tamanho do órgão sexual masculino, o que quer dizer que quanto maior fosse, seria entendido pela fêmea como maior masculinidade, mais protecção dos predadores, e melhores hipóteses de fecundação.
Peito e costas desenvolvidos seriam características do agrado das fêmeas, na medida em que representavam melhor protecção. Esta característica é ainda hoje observável no cortejo entre homem e mulher, em que o homem, na presença de uma fêmea, inconscientemente enche o peito. Uma reminiscência de outros tempos.

A questão da simetria corporal.
Existe uma surpreendente relação entre simetria corporal e a conduta sexual. Alguns estudos têm confirmado que as pessoas fisicamente mais simétricas iniciaram relações sexuais antes daqueles cuja simetria não seja tão perfeita. Além disto, os melhores proporcionados do ponto de vista corporal, não só têm um rosto mais atraente, mas tendem a ser mais vigorosos, atléticos e de personalidade mais dominante. Por diversas razões biológicas, em ambos os sexos, pessoas com maior simetria tendem a reconhecer essa característica no sexo oposto, sentindo-se mais atraídos por elas.

Feromonas e a escolha de parceiro/a.
As feromonas são substâncias químicas naturais produzidas por todos os seres humanos. Nós usamos essas substâncias para comunicar uns com os outros, a nível subconsciente. As feromonas são enviadas sob a forma de sinais aromáticos subconscientes que activam sentimentos românticos e sexuais (atracção química) no sexo oposto. Estas substâncias são detectadas por um órgão no nariz (VNO) e transmitidos para o hipotálamo. Os cientistas já sabem há muito tempo que estas hormonas desencadeiam fortes desejos sexuais noutros animais; é essa a razão pela qual os cães ficam “loucos” quando uma cadela está no cio. Cientistas provaram que os humanos também são influenciados de forma similar na presença das feromonas do sexo oposto. Contudo, devido à evolução, os nossos corpos e hábitos mudaram e a maioria de nós não produz feromonas na quantidade suficiente para estimular a resposta do sexo oposto. A pequena quantidade de feromonas produzida pelo nosso corpo é destruída por desodorizantes, sabonetes e perfumes. Além disso, hoje em dia, 80% do nosso corpo passa a maior parte do tempo coberto de roupa, o que impede ainda mais que as poucas feromonas produzidas sejam aproveitadas. Já se conseguiu reproduzir em laboratórios as feromonas sexuais humanas, as quais são inclusive utilizadas perfumes.
Na realidade todos estes factores podem, em minha opinião, ser atenuados por factores de origem cultural, religiosa ou mesmo de orientação sexual. Pois, se é verdade que alguns dos factores mencionados são seleccionados em algumas culturas, noutras são inclusivamente motivo de repulsa. Além disso, devido à globalização, podem, dentro da mesma cultura, haver facções que se sintam atraídas por determinado tipo de características e outras que não. É também verdade que, por vezes podem não ser as mulheres a escolher os homens, mas o contrário. Por outro lado, a homossexualidade (no que refere à questão das feromonas) contradiz a questão biológica enunciada, pois os indivíduos sentem-se atraídos pelas secreções hormonais do mesmo sexo.

Pessoalmente tenho alguma dificuldade em conseguir compreender os factores evolutivos que actuam sobre nós actualmente. Qual a vossa opinião? Estamos ainda a evoluir ou estagnámos?

www.agal-gz.org/portugaliza 03/07/2007.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Fóssil traz pistas sobre a transição da vida para a terra

Os primeiros animais a sair dos oceanos para colonizar a terra firme não só trocaram as barbatanas por patas, mas também tiveram de adaptar os ossos da cabeça para a vida à superfície. É o que mostra um estudo dos fósseis do Tiktaalik roseae, realizados desde 2004 na Ilha Ellesmere, no Árctico canadense, e publicados na revista Nature.

Uma equipa de cientistas da Academia de Ciências naturais de Filadélfia, e Neil Shubin, da Universidade de Chicago, examinaram em detalhes os ossos da cabeça desse animal, que viveu há cerca de 375 milhões de anos. O tiktaalik era um peixe com pulmões, predador, mas com características muito particulares: tinha brânquias, escamas e espinhos nas barbatanas, mas crânio, costelas e apêndices semelhantes aos dos primeiros animais quadrúpedes. Este animal é considerado um fóssil de transição entre a vida no mar e na terra, sendo o passo intermédio entre os peixes Sarcopterygii e os Tetrapoda. De grandes proporções – media de 1 a 2,75 metros – e com cabeça e corpo planos, acredita-se que vivia em águas rasas e caminhava sobre a terra por curtos períodos. De acordo com o principal autor do estudo, Jason Downs, as características cranianas dos animais terrestres foram, primeiro, adaptações à vida em águas rasas. A caixa craniana, o palato e os arcos branquiais do tiktaalik, ajudam a ver como se deram essas transformações. As mudanças, complexas, levaram a uma reestruturação completa dos ossos da cabeça e da relação entre eles. Um exemplo é o osso hiomandibular que, nos peixes, conecta a caixa craniana, o palato e as brânquias, coordenando os movimentos para comer e respirar. Com a mudança de habitat, esse osso perdeu sua função original. Hoje, nos mamíferos, converteu-se no estribo, um dos ossos do ouvido interno. No tiktaalik, esse osso já aparece, se bem que reduzido, diz Downs.

http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid260415,0.htm

Estudo no Canadá encontra "elo perdido" na evolução das rãs

O fóssil de um anfíbio que viveu há milhões de anos no Texas, Estados Unidos, é o elo perdido que demonstra que rãs e as salamandras descendem dos temnospôndilos, um grupo extinto, segundo um estudo da Universidade de Calgary (Canadá), publicado na Nature.

O exame e a descrição detalhada do fóssil do Gerobatrachus hottoni colocam fim à principal polémica sobre a evolução dos vertebrados, que se devia à falta de informação sobre formas de transição conhecidas. O fóssil, descoberto em 1995 no Texas, mas recuperado recentemente pela equipa de Jason Anderson, tem a forma arcaica de um temnospôndilo, mas também traços das salamandras, rãs e sapos actuais. Isso permite compreender melhor a origem e a evolução dos anfíbios modernos. O crânio, coluna e dentes mostram uma mistura de traços de rã (a larga forma do crânio) e salamandra (a fusão de dois ossos no tornozelo. O número de vértebras do fóssil é exactamente intermédio entre a coluna das rãs e salamandras modernas e a dos anfíbios mais primitivos.

Este fóssil, que data do período Pérmico, há cerca de 250 milhões de anos e antes do aparecimento dos dinossauros, também esclarece outra controvérsia relativa à época na qual ambas as espécies evoluíram em dois grupos diferentes.Com estes novos dados, tudo parece indicar que "as rãs e salamandras se separaram em algum momento há entre 240 e 275 milhões de anos, ou seja, muito antes do que sugeriam anteriores dados moleculares".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u404348.shtml

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"evolutione"

Mas o que seria de um blog de biologia evolutiva sem um conceito de evolução?? Aqui está ele pois então!

Evolução, s.f. (do Lat. evolutione). 1. Acção o efeito de evoluir. 5. Teoria que defende que, através de transformações lentas ou rápidas (mutacionismo), as espécies se desenvolveram a partir de um estádio rudimentar e adquiriram os caracteres que as distinguem. (Lexicoteca 1985)