Dum ponto de vista evolutivo, podemos definir a selecção sexual como o mecanismo de selecção natural pelo qual a fêmea de uma espécie escolhe, durante o acasalamento, um macho (ou vice-versa) com determinadas características.
Corporalmente, a fêmea humana escolhe o macho para acasalar seguindo determinadas características, que por efeito de acção-reacção se desenvolveram no macho. São exemplo disso:
O tamanho do órgão sexual masculino, o que quer dizer que quanto maior fosse, seria entendido pela fêmea como maior masculinidade, mais protecção dos predadores, e melhores hipóteses de fecundação.
Peito e costas desenvolvidos seriam características do agrado das fêmeas, na medida em que representavam melhor protecção. Esta característica é ainda hoje observável no cortejo entre homem e mulher, em que o homem, na presença de uma fêmea, inconscientemente enche o peito. Uma reminiscência de outros tempos.
A questão da simetria corporal.
Existe uma surpreendente relação entre simetria corporal e a conduta sexual. Alguns estudos têm confirmado que as pessoas fisicamente mais simétricas iniciaram relações sexuais antes daqueles cuja simetria não seja tão perfeita. Além disto, os melhores proporcionados do ponto de vista corporal, não só têm um rosto mais atraente, mas tendem a ser mais vigorosos, atléticos e de personalidade mais dominante. Por diversas razões biológicas, em ambos os sexos, pessoas com maior simetria tendem a reconhecer essa característica no sexo oposto, sentindo-se mais atraídos por elas.
Feromonas e a escolha de parceiro/a.
As feromonas são substâncias químicas naturais produzidas por todos os seres humanos. Nós usamos essas substâncias para comunicar uns com os outros, a nível subconsciente. As feromonas são enviadas sob a forma de sinais aromáticos subconscientes que activam sentimentos românticos e sexuais (atracção química) no sexo oposto. Estas substâncias são detectadas por um órgão no nariz (VNO) e transmitidos para o hipotálamo. Os cientistas já sabem há muito tempo que estas hormonas desencadeiam fortes desejos sexuais noutros animais; é essa a razão pela qual os cães ficam “loucos” quando uma cadela está no cio. Cientistas provaram que os humanos também são influenciados de forma similar na presença das feromonas do sexo oposto. Contudo, devido à evolução, os nossos corpos e hábitos mudaram e a maioria de nós não produz feromonas na quantidade suficiente para estimular a resposta do sexo oposto. A pequena quantidade de feromonas produzida pelo nosso corpo é destruída por desodorizantes, sabonetes e perfumes. Além disso, hoje em dia, 80% do nosso corpo passa a maior parte do tempo coberto de roupa, o que impede ainda mais que as poucas feromonas produzidas sejam aproveitadas. Já se conseguiu reproduzir em laboratórios as feromonas sexuais humanas, as quais são inclusive utilizadas perfumes.
Na realidade todos estes factores podem, em minha opinião, ser atenuados por factores de origem cultural, religiosa ou mesmo de orientação sexual. Pois, se é verdade que alguns dos factores mencionados são seleccionados em algumas culturas, noutras são inclusivamente motivo de repulsa. Além disso, devido à globalização, podem, dentro da mesma cultura, haver facções que se sintam atraídas por determinado tipo de características e outras que não. É também verdade que, por vezes podem não ser as mulheres a escolher os homens, mas o contrário. Por outro lado, a homossexualidade (no que refere à questão das feromonas) contradiz a questão biológica enunciada, pois os indivíduos sentem-se atraídos pelas secreções hormonais do mesmo sexo.
Pessoalmente tenho alguma dificuldade em conseguir compreender os factores evolutivos que actuam sobre nós actualmente. Qual a vossa opinião? Estamos ainda a evoluir ou estagnámos?
www.agal-gz.org/portugaliza 03/07/2007.